Penso que eles são especiais


Lembro de uma grande amiga que eu tinha uns 20 anos atras e da qual não tenho mais nenhum contato. Muitas coisas mudaram daqueles tempos pra cá, ela mudou de bairro, eu também, mas naqueles tempos eu a admirava demais. 

A sua casa era uma casa linda parecendo casinha de boneca, tudo muito bem arrumadinho e aconchegante, parecia mesmo um cantinho de paz. 
Lembro também que quando essa minha amiga estava em casa nunca vi alguém receber tantas visitas. 
Era um entra e sai de pessoas e aos domingos quase sempre fazia questão de oferecer um almoço pra seus familiares e amigos mais íntimos. 

Meu Deus, aquele apartamento parecia que vivia em festa. Eu não entendia porque aquela pessoa atraia tanta gente. 

Naquele tempo embora casada e mãe de três filhos, eu era muito infantil, imaginava que devia ser por causa de um bolo de cenoura com chocolate que ela fazia e que até hoje não conheci outro igual. 

E também porque fazia uma carne de panela que o cheiro saia de quarteirão afora. E ate hoje ainda não vi uma carne tão apetitosa como aquela. 

Nunca entendi a razão daquele entra e sai de parentes amigos e amigas que vinham cumprimentar a minha amiga que sempre solícita e educada abraçava todo mundo e oferecia uma xícara de café e um pedaço do seu bolo de cenoura que ela preparava todos os dias e dizia assim: vou fazer porque pode ser que apareça alguém por aqui. 
Era mais fácil faltar uma nuvem no céu do que aquele famoso bolo de cenoura na sua geladeira.

Aliás os amigos mais íntimos já entravam e iam direto pra geladeira. Mas sem antes perguntar:
Tem bolo?
Incrível! mas era a pura verdade!

Nessas épocas aí eu vendia roupas. E minha opção de vendas era através de reuniões. O que me deu a oportunidade de faturar bem e de conhecer muitas pessoas.
Só na casa dessa minha amiga consegui clientes que me ajudaram a manter o meu negocio por muito tempo.
Pena que parei e reconheço hoje que não foi uma boa escolha.
E foi dessa maneira que conheci essa minha amiga. Uma pessoa simples, carismática, alegre, trabalhadora, inteligente, amiga de verdade.
Não sei onde ela se encontra agora, mas peço a Deus que a ilumine cada vez mais.

Passaram-se os tempos. Tempos vão e tempos vem! e como tenho a mania de ver nó em pingo d'aqua como dizia minha mãe me deparo com uma situação idêntica.

A natureza é cheia de mistérios. 



Eu já descrevi o fato em uma outra postagem. Considero uma coisa tão linda que não me canso de falar.
Em breve visitarei esse herói para, dar-lhe um grande abraço e parabeniza-lo pela sua solidariedade.
Refiro-me aqui ao pé de manga da casa da minha irmã
Quem nunca ouviu esta frase? que em coração de mãe sempre cabe mais um? Pois foi com bases nesse dito popular que resolvi escrever esta postagem, muito embora já tenha falado sobre o assunto.
Pode até ser algo muito natural, mas não para mim que observo atentamente como que é a vida e as pessoas que nos cerca. 
Esse pé de manga para mim é um exemplo de solidariedade.
O pé de manga ao qual me refiro é esse que está por tras do poste. 

Como todos os pés de manga, parecem iguais. Mas esse não é...
Por lá existem vários, inclusive um quase grudado no outro.

Esse pé de manga de acordo com as minhas observações recebe visitas de manhã de tarde e de noite. 

Quem quiser procurar alguém já sabe ou está no pé de manga ou andou por lá. 

E esse alguém a quem me refiro são: camaleão, lagarto, preá, sapos, lagartixas, gafanhotos, calango, muriçoca, tatu, peba, louva-a-deus, cobras de tudo quanto é jeito. 

Será por causa das mangas? 
Não. Não é. Porque os outros nos tempos das mangas estão lotados.
E quando o sol está se pondo é que o mais lindo espetáculo do mundo começa. 

A passarada inteira da região já sabem os seus destinos de onde passar a noite. Embaixo do pé de manga, EU. Em silencio observando. A disputa dos passarinhos por um galho. E enquanto isso as folhas do pé de manga parece que viram uma ventania.
Não. Não é o vento. São os seus hospedes que buscam cada um o seu lugar mais aconchegante.

E enquanto isso na vizinhança o silencio é total.
Nos outros pés de manga só o vento que balança suas folhas e eu olho pra um lado e pro outro e não vejo ninguém.

E revendo essas histórias reais que se passaram na minha vida, deduzo que na natureza existem mistérios que a mente humana é incapaz de decifrar.

Mas o bom de tudo isso é saber que aqui e ali existem sim, seres especiais.

Esse post faz parte da Blogagem Coletiva da Elaine Gaspareto Reolhar a Vida


Maria de Lourdes
Maria de Lourdes

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